Abordagem policial resulta em tiroteio após ambulante atingir agente.
O caso do ambulante senegalês que morreu após ser baleado durante uma abordagem policial no Brás, em São Paulo, gerou grande comoção. O ambulante em questão, Ngange Mbaye, estava almoçando quando viu a Polícia Militar e equipes da prefeitura recolhendo mercadorias de uma idosa, o que o levou a intervir na situação. A intervenção resultou em um confronto com os agentes, que culminou em um disparo que atingiu o ambulante.
De acordo com um primo do vendedor, Ngange Mbaye era um trabalhador dedicado que lutava para sobreviver como comerciante nas ruas de São Paulo. A abordagem policial que resultou na morte do ambulante levantou questões sobre a forma como as autoridades lidam com os vendedores ambulantes. É fundamental respeitar os direitos dos trabalhadores e garantir a segurança de todos. O caso de Ngange Mbaye é um exemplo trágico de como a situação pode se tornar perigosa e letal quando não há um diálogo construtivo entre as partes envolvidas. A busca por justiça e respeito aos direitos humanos é essencial para prevenir tragédias como essa. A comunidade deve se unir para exigir mudanças e melhorar as condições de trabalho para os ambulantes e outros trabalhadores informais.
Introdução ao Caso do Ambulante
Um vídeo enviado ao g1 mostrou o momento em que o ambulante tentou impedir os policiais de levarem um carrinho com mercadorias. Diante da briga, um policial apontou uma arma de fogo na direção do ambulante e, então, é possível ouvir barulho similar ao de um disparo. O vendedor, que também é um trabalhador ambulante, ainda correu dos policiais e tentou proteger a mercadoria novamente. Ele não trabalhou naquele dia, estava apenas almoçando ao lado, e foi ajudar uma senhora colega de trabalho que também é uma vendedora ambulante e estava sendo abordada pela polícia.
A Abordagem Policial e a Reação do Ambulante
A Polícia Militar afirmou que equipes apoiavam a prefeitura na fiscalização dos ambulantes e que o senegalês agrediu um PM com uma barra de ferro. Depois disso, ele foi baleado. Ngange Mbaye, o ambulante, chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para a Santa Casa, mas não resistiu. Mais uma vítima da violência da Polícia Militar, que tem como alvo frequentemente os trabalhadores ambulantes. O governador ainda seguirá dizendo que não está nem aí para o caso dos ambulantes? O caso gerou revolta e solidariedade aos familiares de Ngange Mbaye e a todos os trabalhadores ambulantes da região do Brás, que são vendedores e comerciantes que lutam para sobreviver.
Investigação e Repúdio
A Secretaria da Segurança Pública declarou em nota que a PM instaurou um inquérito e afastou das atividades operacionais o agente envolvido na morte do ambulante. A barra utilizada na agressão e a arma do agente foram apreendidas. A ocorrência foi registrada no 8º Distrito Policial como morte decorrente de intervenção policial e tentativa de homicídio. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante divulgou uma nota de repúdio pela morte do ambulante, Ngange Mbaye, que era um comerciante senegalês e trabalhador ambulante. A nota expressa solidariedade à família de Ngange, à comunidade senegalesa e a todas as pessoas migrantes que enfrentam racismo, xenofobia e precarização em suas rotinas de trabalho e sobrevivência, incluindo os vendedores ambulantes e os comerciantes que são frequentemente alvo de abordagem policial. É fundamental que haja uma investigação rápida, transparente e justa para o caso do ambulante.
Fonte: @ Hugo Gloss
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