Cruzou fronteira irregularmente e perdeu contato após entregar celular em um local desconhecido com desconhecidas condições e sem acesso a mensagens tecnológicas.
O paulistano Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, foi vítima de _tráfico humano_ enquanto vivia na Ásia, e essa experiência foi marcada por _situações de vulnerabilidade_. Em outubro, ele aceitou uma proposta de emprego na área de tecnologia na Tailândia, com um salário de cerca de R$ 8.000. Porém, durante a viagem para o novo trabalho, Luckas percebeu que algo estava errado.
Em sua história, Luckas relembra que foi _presumido de menores_ e _inscrito em cursos de “treinamento” de _tráfico humano_ sem o seu _consentimento_. Essa situação de _escravidão_ é algo que Luckas descreve como _”um inferno”_. Ele trouxe à luz a importância de se alertar sobre o _tráfico humano_, buscando conscientizar e denunciar essas situações de _vulnerabilidade_ e _escravidão_.
Tráfico e escravidão na fronteira
Após uma série de mudanças de veículos e uma travessia irregular da fronteira para Mianmar, Luckas foi levado a um local desconhecido, onde teve seu aparelho celular apreendido e perdeu o contato com o mundo exterior. Antes de entregar o celular, Luckas conseguiu alertar seu amigo João sobre a situação, enviando mensagens e compartilhando sua localização em tempo real por meio da aplicação de mensagens instantâneas.
Luckas relatou sentir medo e a presença de indivíduos armados ao seu redor. Sua localização mais recente conhecida foi a cidade de Kyaukhat, na Mianmar, próxima à fronteira com a Tailândia. A mãe de Luckas, Cleide Viana, também recebeu uma ligação breve, na qual o filho disse estar em perigo e pediu que ela avisasse outras pessoas.
A escravidão e os castigos
Nas semanas seguintes, Luckas conseguiu enviar mensagens esporádicas para o amigo, sempre por números desconhecidos e pelo aplicativo de mensagens Telegram. Ele relatou estar vivendo em condições análogas à escravidão, com jornadas de mais de 15 horas de trabalho forçado, punições físicas, privação de água e alimentação, e castigos severos, como choques elétricos.
Em uma das mensagens, ele pediu ajuda e relatou que ‘não sabia se queria ir embora ou morrer’. ‘Só quero ir embora. Me ajude, tenho muito medo de morrer. (…) Faz dois dias que não tomo banho. Nós trabalhamos mais de 15 horas por dia. Isso não é vida, não sei o que fazer.Eu quero ir embora ou morrer.’ Essa foi uma das mensagens enviadas por Luckas ao amigo em outubro.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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