Banda explora extremismo em plataforma digital, tocando para comunidade LGBTQIA+, e tem parceria com colégio de Nashville.
O país tem visto um aumento na disseminação de ideias extremistas, com bandas neonazistas ganhando destaque em plataformas digitais, segundo um relatório da organização não-governamental Stop Hate Brasil.
Desde a década de 1980, o Brasil tem sido um local de refúgio para indivíduos pertencentes a grupos extremistas, como neonazistas e supremacistas, que muitas vezes escapam de perseguições em outros países. Bandas como a Legião Negra, que foi fundada em 1984, e a Crush-Legion, que surgiu em 2000, são exemplos de grupos que se autointitulam como neonazistas e têm suas raízes no Brasil.
Neonazistas brasileiros multiplicam-se em pleno século XXI
A presença de grupos extremistas neonazistas no Brasil tem aumentado significativamente nos últimos anos, especialmente entre a juventude. De acordo com uma reportagem recente do Fantástico, da TV Globo, atualmente existem 125 bandas de black metal nazista ativas em diferentes estados do país. Esses grupos, que adotam a sigla NSBM (National Socialist Black Metal), usam a música como uma ferramenta para promover seus ideais extremistas, incluindo o ódio contra negros, judeus e a comunidade LGBTQIA+.
Extremistas brasileiros se conectam com supremacistas de todo o mundo
As bandas NSBM brasileiras não estão isoladas e, sim, fazem parte de uma rede mais ampla de extremistas que se conectam por meio de plataformas digitais. Eles colaboram com bandas de 35 países, lançando mais de 650 álbuns até o momento. Além disso, os grupos também usam os streamings de música e grupos no Telegram para se promover e recrutar novos membros. O canal terrorista no Telegram, chamado de Terrorgram, reúne principalmente supremacistas brancos que buscam recrutar jovens para ações extremistas e violentas.
O sistema prisional e a traição de jovens
Em Minas Gerais, um dos administradores do Terrorgram, Ciro Daniel Amorim Ferreira, foi identificado como brasileiro e incluído em uma lista de terroristas do governo estadunidense. Ele tem passagens pelo sistema prisional mineiro, entre 2015 e 2016, e foi preso em flagrante duas vezes por cárcere privado e lesão corporal. Ferreira ainda mora em Belo Horizonte e faz parte de uma rede de extremistas que promovem a doutrinação e os ataques contra minorias.
Nazistas e extremistas contam com redes sociais para se espalhar
As redes sociais e os streamings são ferramentas essenciais para a disseminação de ideais extremistas. Muitos dos grupos NSBM também usam plataformas como o Spotify para promover suas músicas, que muitas vezes contêm mensagens de ódio e supremacia branca. Além disso, eles organizam festas clandestinas, como a que ocorreu em uma bar do Paraná recentemente, e participam de grupos no Telegram que promovem ações extremistas.
Disparidades em decisões judiciais
A falta de coerência em decisões judiciais pode contribuir para a proliferação de grupos extremistas. Em casos específicos, ativistas têm sido presos e processados por suas crenças, o que pode gerar uma reação negativa e reforçar a identidade de grupo. Além disso, a falta de ações gouveramentais efetivas para combater o extremismo pode permitir que esses grupos continuem a se espalhar.
O papel da comunidade LGBTQIA+ na luta contra o extremismo
A comunidade LGBTQIA+ tem sido um dos principais alvos dos grupos NSBM e extremistas. No entanto, ela também tem sido uma importante voz na luta contra o extremismo. Organizações e ativistas da comunidade LGBTQIA+ têm trabalhado em parceria com as autoridades para combater a disseminação de ideais extremistas e promover a inclusão e a tolerância.
Conclusão
A proliferação de grupos extremistas neonazistas no Brasil é um problema sério que requer a atenção e a ação imediata das autoridades. A colaboração entre as instituições de segurança pública, instituições de inteligência e a sociedade civil é fundamental para combater o extremismo. Além disso, é essencial promover a educação e a conscientização sobre os perigos do extremismo e a importância da tolerância e da inclusão.
Fonte: @ Nos
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